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Companhias catarinenses vão se instalar na Flórida

  • Data: 30.04.2015
  • Área de Mercado: Todos

Publicado em Valor Econômico

Um grupo de 50 empresas catarinenses aposta no mercado externo para enfrentar a retração do consumo nacional e expandir os negócios. Seus dirigentes foram aprovados entre 652 candidatos no processo seletivo do Programa Exporta SC, uma iniciativa do Sebrae de Santa Catarina para internacionalizar empreendimentos de pequeno e médio porte. A partir deste mês, as empresas começam a montar bases nos Estados Unidos, em Pompano Beach,62 km ao norte de Miami.

"Exportação é só a cereja do bolo", diz o gestor do programa, Douglas Luiz Três, enfatizando que o principal ganho é o aprendizado: "A ideia é que as empresas testem pequenas quantidades de produtos e modelos de negócio em mercados específicos". O programa oferece 80 horas de capacitação e quatro missões preparatórias, além de suporte nas questões jurídicas, administrativas, fiscais, logísticas e de marketing.

Adicionalmente, as MPEs dispõem de um local de co-working e de estocagem. A iniciativa está orçada em R$ 6 milhões ao longo de três anos. "Não é muito para colocar 50 empresas em um mercado gigante", pondera.

Entre os principais critérios adotados no processo seletivo estão as características inovadoras do produto e a escalabilidade do modelo de negócio.

Das 50 empresas participantes, oito são de software, dez de moda, 11 do setor metal-mecânico, 12 de alimentos,quatro de tecnologia, duas de móveis e decoração, uma de cosméticos e duas de revestimentos. Todas as regiões do Estado possuem ao menos uma representante. Quase 11% das exportações de Santa Catarina se destinam aos Estados Unidos, somando mais de US$ 1 bilhão.

"Já temos clientes em 11 países e essa abertura vai facilitar bastante os negócios internacionais", diz Rafael Patzlaff, diretor da Odeme Equipamentos Médicos e Odontológicos.

A empresa de sete empregados se localiza em Luzerna, município com 5,6 mil habitantes no oeste catarinense. Os Estados Unidos já são o principal mercado da Odeme e a expectativa do empreendedor é aumentar as vendas em 50%, além de dobrar ou triplicar a fatia das exportações no faturamento. Ele lembra que ter produtos de qualidade é um pré-requisito para atender os exigentes consumidores americanos.

A Perfil Térmico, empresa de 25 funcionários localizada em Joinville, fornece sistemas de aquecimento e isolamento industrial. Também é especializada na reciclagem de alumínio a partir de peças automotivas e aeronáuticas. O diretor, Cláudio Goldbach, explica os dois motivos que levaram à criação do braço americano - a Termia Technology, formalizada este mês: "Buscamos aumentar o mercado consumidor e, por meio da unidade nos Estados Unidos, atender o mundo inteiro".

Para ele, a meta é ousada, mas factível: "Lá o mercado industrial está em retomada muito forte e temos uma tecnologia inovadora, 20% mais eficiente em relação à concorrência".

Outra participante é a Nanovetores, empresa de Florianópolis que fabrica cosméticos com o uso de nanotecnologia.Suas patentes incluem nanocápsulas aplicáveis em tecidos que, ao entrar em contato com a pele, liberam substâncias relaxantes ou medicinais.

Em 2014 a empresa cresceu 60% e espera dar um salto este ano, alavancada pela presença em um mercado global que movimenta US$ 1 trilhão por ano e deve chegar a US$ 4,4 trilhões em 2018. "Hoje a nossa estratégia é focada em grandes clientes, mas nos Estados Unidos, o objetivo principal é atuar mais com PMEs, que têm um tempo de negociação mais curto", diz o sócio da empresa, Ricardo Ramos.

A Chaordic, também de Florianópolis, se prepara para abrir uma filial americana no segundo semestre. Líder no mercado brasileiro de venda personalizada para e-commerce, a empresa pretende crescer 60% este ano e projeta que as receitas internacionais representem 5% desse crescimento. "Ter operações em diferentes países auxilia na diversificação operacional e minimiza os riscos", diz o empreendedor João Bernartt. "Além disso, ter receitas em dólares auxilia nos momentos em que o real está desvalorizado, como agora", afirma.