Portal do Conhecimento

Fibras Cerâmicas tipo AES: Silicato Alcalino Terroso

As mantas AES são produzidas com a mesma tecnologia das tradicionais mantas refratárias, ou seja, processo de fusão por resistência elétrica. A fibralização ocorre no material líquido, ou por sopro (blowing) ou por giro (spinning). Devido às terras alcalinas adicionadas à matéria-prima, o ponto de fusão desta fibra fica abaixo dos 1600 ºC. Como comparação, a temperatura de fusão da tradicional fibra cerâmica refratária (ASW/RCF) é em torno de 2000 ºC graças à alta pureza das matérias-primas utilizadas.

As mantas AES tem CaO, MgO e SiO2 como principais componentes. Existem 3 diferentes tipos que seguem as seguintes composições:

a) CMS: CaO + MgO + SiO2

b) CS: CaO + SiO2

c) MS: MgO +SiO2

Estas fibras foram desenvolvidas no final dos anos 80 como material substituto e  suplementar às fibras aluminosilicosas (ASW/RCF). Dependendo do seu tipo, elas são produzidas com diferente quantidade de terras alcalinas. Devido à esta relativa grande quantidade de terras alcalinas, estas fibras não são tão química e fisicamente resistentes quanto as fibras aluminosilicosas (ASW/RCF). Por exemplo, o ponto de fusão da AES é mais baixo. Além disso, em contato com outros óxidos refratários, por exemplo Al2O3, reações físico-químicas podem acontecer, reduzindo o ponto de fusão.

Os produtos derivados das fibras AES são principalmente usados em eletrodomésticos e em aplicações industriais com temperaturas de até 900 ºC. Portanto, considera-se que a faixa de aplicação das mantas AES seja entre 300 e 1200 ºC, tendo sua maior aplicabilidade na faixa de 900 ºC. Importante salientar que entre 900 a 1200 ºC os produtos AES podem somente ser usados em condições específicas e recomenda-se testes de campo antes do uso.

Uma das principais vantagens da utilização destas fibras é o atendimento à diretiva européia 97/69/EC a qual classifica materiais de acordo com a possibilidade de provocar câncer, neste caso, a partir de sua não biopersistência. Ou seja, estas fibras não se acumulam no corpo humano.

De acordo com a norma EN 1094-1, a composição química das mantas AES devem estar dentro das seguintes faixas:

Composição Química AES
CaO+MgO 18-43%
SiO2 50-82%
Al2O3+TiO2 <6%
Outros óxidos <1%

 

Comercialmente, as mantas AES produzidas no Brasil recebem a denominação SuperWool (Morganite) e Insulfrax (Unifrax).